MESA DOS DISCENTES - 07/04/2021


MESA DOS DISCENTES

 07/04/2021

MESA 5 –  Filosofia Antiga e Medieval (10:00 - 12:00)

Coordenador: Júlia Rodrigues Molinari

ANA PAULA DE JESUS CARVALHO (UFBA) 

Orientação: Gislene Vale dos Santos

Financiamento: CAPES

E-mail: anapaulacarvalho090@gmail.com

POR UMA ANÁLISE DAS ANALOGIAS PRESENTES NA DIALÉTICA DO “TEETETO”.

A arte dialética foi concebida por Platão como o método próprio da investigação filosófica. Um método capaz de auxiliar a alma a refletir a partir de critérios entre as vias das múltiplas opiniões, com o objetivo de atingir uma verdade que mostre suas causas. O objetivo desta pesquisa, a partir de tal contexto, é entender em que medida as analogias são recursos para o desenvolvimento do método dialético no Teeteto. Para isso, nos servimos da análise de alguns trechos específicos do referido diálogo que tem por questão central a pergunta pelo conhecimento (ἐπιστήμη). Na busca de atingir a finalidade proposta é importante compreender o uso que a personagem Sócrates faz das analogias, mais especificamente das analogias que mobilizam o pensamento por meio das imagens sensíveis. Assim, sendo a analogia um recurso da dialética, cabe a nós, compreender este “analogizar” platônico.

Palavras-chave: Dialética; analogia; Verdade; Conhecimento; Platão.

BRUNO FONTANA NISHIYAMA BERNARDES FERREIRA (USP) 

Orientação: Roberto Bolzani Filho

E-mail: n.fontanabruno@usp.br

PLATÃO E O MITO 

O tema da pesquisa é a função do discurso mitológico na filosofia de Platão. Dito de outro modo, em quase todos os diálogos platônicos, e sobretudo nos de intenso teor metafísico, são narrados mitos, histórias de deuses, de mundos e entes sobrenaturais. Fato que por si mesmo já chama muita atenção, pois torna evidente a discrepância entre o discurso filosófico, que por meio da razão dialética busca a real essência de tudo, e a narração que, ao menos à primeira vista, se apoia mais em uma crença místico-supersticiosa do que em qualquer outra coisa. Por isso, ao buscar entender a maneira pela qual um mito pode vir a ser filosófico também, o que se tem em vista com a apresentação da pesquisa é justamente desvelar as intenções que tinha Platão ao misturar essas duas formas de expressão tão distintas e sua inter-relação. 

Palavras-chave: Platão; Mitologia; Metafísica; Diálogos.

JOÃO GABRIEL HAIEK ELID NASCIMENTO (UNESP)

Orientação: Andrey Ivanov

Financiamento: CNPQ

E-mail: gabrielelid@hotmail.com

O VOCABULÁRIO DO SER NO DE ENTE ET ESSENTIA DE TOMÁS DE AQUINO

É notória a evolução histórica e a fertilidade semântica do processo de latinização e de cristianização da metafísica grega, deixando um legado para a filosofia e a civilização do ocidente. Para tanto, como chave de interpretação deste progresso conceitual, elegeu-se estudar o vocabulário do ser no opúsculo De ente et essentia de Tomás de Aquino, particularmente a determinação dos termos esse, essentia e ens (ser, essência e ente) nos capítulos I-IV e VI, que abordam respectivamente a essência nas substâncias compostas (c. II), nos universais (c. III), nas substâncias separadas (c. IV), e nos acidentes (c. VI).Dessa maneira, o resultado da presente pesquisa terá mostrado a atual importância para vislumbrar em que medida o pensamento de Tomás inaugura rupturas e continuidades em relação ao pensamento que une a antiguidade ao medievo. 

Palavras-chave: Esse; Ens; Essentia; Metafísica; Tomás de Aquino (1225-1274).



MESA 6 –  Hannah Arendt (10:00 - 12:00)

Coordenador: Luana G. C. Fúncia

GUSTAVO BEMVENUTO DA SILVA PEREIRA  (UFSJ) 

Orientação: José Luiz de Oliveira

Financiamento: UFSJ

E-mail: gbemvenuto@gmail.com

A INTERPRETAÇÃO ARENDTIANA DO SER

O presente trabalho tem por objetivo buscar um entendimento acerca do Ser na concepção da pensadora alemã Hannah Arendt. Para tanto, faremos uma investigação de suas obras, tais como A vida do Espírito (2000) e The Human Condition (1998), nas quais a autora parte de uma análise das características básicas do Ser e empreende uma investigação sobre este no âmbito político, que perpassa o período clássico e vai até a modernidade. Tal análise nos fornece elementos para a interpretação do Ser arendtiano. Trata-se de um Ser fenomênico, isto é, que aparece na esfera pública, que se dá na pluralidade da vida política e se expressa por meio da ação e do discurso.  

Palavras-chave: Ação; Discurso; Esfera pública; Ser.

MARIANE REZENDE CARDOSO (UFSJ

Orientação: José Luiz de Oliveira 

Financiamento: FNDE

E-mail: marianerezendec@outlook.com

A DISTINÇÃO ENTRE PENSAR E CONHECER EM HANNAH ARENDT 

Nosso propósito é demonstrar a diferenciação acerca dos conceitos em torno do pensar e conhecer em Hannah Arendt. Por essa razão, toma-se como ponto de partida o julgamento de Eichmann, em Jerusalém, o qual foi réu por ter conduzido deportações de judeus para os campos de concentração e extermínio. Em decorrência, Arendt começa a questionar a maneira de agir do réu, haja vista a ciência de seus comportamentos monstruosos, apesar de, aparentemente, ser uma pessoa comum. Isso posto, a autora propõe uma série de indagações acerca do bem e do mal e se ambos estão interligados com a faculdade do pensar. Assim, Arendt parte do princípio de que a ausência de pensamento não tem uma ligação com a ignorância, mas sim com a incapacidade de reflexão sobre os próprios atos.

Palavras-chave: Conhecer, Pensar, Razão.

MATHEUS CAMPANELLO DA SILVA (USP) 

Orientação: Silvana de Souza Ramos

E-mail: matheuscampanello@gmail.com

AÇÃO EM HANNAH ARENDT: A PROMESSA DO NOVO

Hannah Arendt, em A Condição Humana, ao propor a tarefa pensar “o que estamos fazendo” faz uma investigação da Vita Activa e de suas atividades: trabalho, obra e ação. Definida a partir da condição humana da pluralidade, a ação é a atividade que inaugura uma novidade e possibilita a interferência nas leis gerais de comportamento. É da natureza do início começar algo novo e inédito, esse caráter de impresciência inaugura duas características da ação: a sua imprevisibilidade e a sua irreversibilidade. Como alternativas a essas características, Arendt examina as faculdades humanas de perdão e de promessa para encarar a fragilidade da ação humana e estabilizar um espaço aos recém-chegados em um mundo onde foi possível a experiência do totalitarismo e o enfraquecimento do significado da política.

Palavras-chave: Hannah Arendt; ação; pluralidade; promessa; perdão.

MESA 7 –  Lógica (10:00 - 12:00)

Coordenador: Daniel Nagase

ARTHUR HENRIQUE SOARES DOS SANTOS (UFPA) 

Orientação: Luís Eduardo Ramos de Souza

E-mail: santosarthursoares@gmail.com

A OBJEÇÃO DE QUINE À TEORIA DA ANALITICIDADE DE KANT

Este trabalho visa analisar a objeção de Quine à teoria da analiticidade de Kant. Tal teoria, apresentada na Crítica da razão pura, é composta por três importantes elementos: a contenção dos termos, a identidade entre eles e o princípio de contradição. Quine, contudo, em Dois Dogmas do Empirismo, afirma que Kant pensava um enunciado analítico como verdadeiro em virtude do significado e independente dos fatos. Assim, Quine argumenta que um método de sinonímia para definir os significados analíticos sofre de circularidade, considerando a analiticidade como um pseudoconceito. Dessa forma, dialogando com a bibliografia citada dos autores e com a interpretação semântica de Hanna (2004) e Loparic (2005), defender-se-á que a crítica de Quine à analiticidade não se aplica às noções kantianas, mas que isso não significa que a teoria de Kant da analiticidade seja livre de problemas.

Palavras-chave: Analiticidade; Significado; Kant; Quine.

DAVI JOSÉ PAIVA DE OLIVEIRA (UFRN) 

Orientação: Daniel Durante Pereira Alves

Financiamento: FNDE

E-mail: davi20fast@gmail.com

DE FENÔMENO PARA CONCEITO: A "VIRADA MENTAL" EM WITTGENSTEIN

Por anos, a filosofia foi vitimada por diversos contrassensos produtos do caráter metafísico de sua condução. Assim, se via completamente incapaz de lidar com diversas problemáticas para explicar indeterminações conceituais que surgiam de conceitos como o de mente. Foi, no entanto, somente com a obra do filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein que a subjugação metafísica da linguagem foi denunciada. É tomando como base uma metodologia analítica - guiada pela busca do sentido e significado das palavras em seu contexto de uso - que Wittgenstein irá apresentar diversos problemas filosóficos intrigantes a respeito da mente, que guiarão uma revolução conceitual na maneira que tratamos as investigações sobre a mente. Sendo assim, traçarei uma exposição histórica da visão internalista de mente até Wittgenstein. Tentarei também estabelecer uma conexão com outras escolas contemporâneas ao autor.

Palavras-chave: Mente; Jogos de Linguagem; Linguagem Privada; Internalismo; Ficção Gramatical.

NATAN APARECIDO DA CUNHA ESBRAVILHERI (UNESP) 

Orientação: Lucio Lourenço Prado 

Financiamento: FAPESP

E-mail: natanesbravilheri123@gmail.com

ASPECTOS COMPLEMENTARES ENTRE “OS FUNDAMENTOS DA ARITMÉTICA” E “SOBRE O SENTIDO E A REFERÊNCIA”

A seguinte apresentação, tem como objetivo explicitar alguns aspectos complementares entre o arcabouço ontológico desenvolvido por Gottlob Frege em sua obra: Os Fundamentos da Aritmética. Conjuntamente, da contraparte semântica desenvolvida por Frege no artigo: Sobre o Sentido e a Referência. O primeiro texto, trabalha os desenvolvimentos relacionados ao conceito de número e a fundamentação da aritmética que resulta nas bases do Logicismo, sendo assim, temos um conceito de número calcado em bases lógicas e na objetividade. Na outra via, correspondente ao artigo de 92, temos o desenvolvimento de uma discussão semântica que culmina no conceito de Terceiro Reino, a saber, um reino da objetividade que está livre do campo empírico e da influência do âmbito psicológico. Por fim, a partir da objetividade do Terceiro Reino teríamos um complemento semântico das teses ontológicas.

Palavras-chave: Frege; Ontologia; Semântica; Aritmética. 

PALOMA DE SOUZA XAVIER (UFPE) 

Orientação: Marcos Silva

Financiamento: CNPq

E-mail: palomasouzaxavier@gmail.com

CONTRA A INEFABILIDADE DAS HINGES PROPOSITIONS: UMA LEITURA NEOPRAGMATISTA

O presente trabalho pretende argumentar contra a inefabilidade das hinge propositions. Este é um conceito abordado por Wittgenstein em Sobre a Certeza (1969). A intérprete que defende a tese da inefabilidade das hinges é Moyal-Sharrock. Para ela, as hinges não podem ser ditas, pois, caso isso ocorra, o jogo de linguagem se solidificaria. Ora, se de fato forem indizíveis, como proceder num desacordo entre hinges distintas e rivais? Dessa forma, essa tese parece inadequada pois inviabilizaria possíveis correções necessárias em ambiente de conflito. E para tanto, a presente exposição pretende mostrar que o método socrático proposto por Robert Brandom presente em Articulando Razões (2000) pode ajudar a resolver o impasse desses tipos de desacordos, pois seria uma maneira de explicitar as hinge propositions, colocando-as no interior do jogo de dar e receber razões. 

Palavras-chave: Neopragmatismo; Wittgenstein; Certeza; Brandom; Inefabilidade.

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