MESA DOS DISCENTES - 09/04/2021

 

MESA DOS DISCENTES

09/04

MESA 8 –  Filosofia da Educação (10:00 - 12:00)

Coordenador: Mateus Castilha

FELIPE DE SOUZA FERREIRA (USP) 

Orientação: Eduardo Brandão

E-mail: feripe.ferreira@usp.br

A QUEM ZARATUSTRA PROCURA: FRIER GEISTER ENTRE O GÊNIO E O PAPAGAIO

Meu trabalho ainda está em desenvolvimento, porém ele trata majoritariamente sobre os ensinamentos e também as nuances da procura de ZARATUSTRA sobre seus caminhos. Também sobre algumas estradas da qual Nietzsche trilhou e estava disposto a procurar um tipo de humano que provavelmente é demais demasiado humano. Em meu trabalho procurarei expor fraquezas da educação contemporânea e limites das expressões da nossa atual linguagem que também tem suas fraquezas. Dialogar sobre a existência de pessoas geniosas e pessoas que são denominadas gênios, demonstrando a distância entre estes e os repetidores, os papagaios, tão úteis hoje a nosso sistema educacional e linguístico. Para assim, elevar o que Zaratustra mais procurava, os homens superiores, os homens que procuram ser livres, os que procuram a si mesmos.

Palavras-chave: Filosofia; educação; linguagem; liberdade; espíritos.

JOSÉ WILLON GIRARD DE MATOS (UEPA) 

Orientação: Wladirson Ronny da Silva Cardoso

E-mail: willongerard002@gmail.com

OS IMPACTOS SÓCIO-EDUCACIONAIS DO TRABALHO INFANTIL RIBEIRINHO NA COLHEITA DO AÇAÍ

O Pará é o maior produtor de açaí do mundo, responsável por 95% da produção nacional do fruto, isto, historicamente, é consolidado de geração em geração pela cultura ribeirinha - incluindo a região do Marajó. Assim, propomos, neste artigo, uma investigação que objetiva compreender os impactos socioeducacionais do trabalho-infantil no processo extrativista do açaí, no município de São Sebastião da Boa Vista, ante a procura crescente pelo mesmo e sua inserção em mercados de grande porte. A pesquisa se pautou no materialismo histórico-dialético, com procedimento de revisão bibliográfica e metodológica, lançando mão de pesquisa etnográfica, considerando a construção histórica da concepção de infância e índices quantitativos sobre a educação local. Constatou-se que o trabalho-infantil, além de expor os indivíduos a privações e situações perigosas, prejudica o desenvolvimento social da região.

Palavras-chave: Educação Ribeirinha; Trabalho Infantil; Açaí.

JONATHAN BRAZ DE SOUZA (UNESP) 

Orientação: Rodrigo Pelloso Gelamo

E-mail: jonathan07101996@gmail.com

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS ACERCA DO ENSINO DE FILOSOFIA NO BRASIL

O seguinte trabalho tem por objetivo permear a história do ensino de Filosofia no Brasil. De certa forma, o ensino de filosofia no Brasil não é tratado de maneira filosófica, mas captada por departamentos de educação e, principalmente, abordado de maneira metodológica. O movimento de visualizar o ensino de Filosofia como um problema filosófico é recente se comparado a história da Filosofia. A partir de uma perspectiva histórica, o trabalho tem como cerne contribuir para uma maior elucidação da importância dessa área e prover argumentos em sua defesa. Apesar da generalização do trabalho, este se concentrará no período anterior ao golpe de 64, as políticas educacionais da ditadura, com foco na disciplina de filosofia, e, posteriormente, no movimento pelo retorno da filosofia no Ensino Médio.

Palavras-chave: Filosofia; Ensino; Brasil.

MESA 9 –   Filosofia da Ciência (10:00 - 12:00)

Coordenador: Diana Taschetto

HEDER DA SILVA ALMEIDA (UNESP) 

Orientação: Macos Antonio Alves

Financiamento: FAPESP

E-mail: hs.almeida@unesp.br

O PROBLEMA DA NATUREZA DOS QUALIA E SUA RELAÇÃO COM OS SISTEMAS BIOLÓGICOS


Thomas Nagel, em The View from Nowhere, investiga questões referentes ao problema da relação mente-corpo, à natureza dos processos mentais e suas relações com a ação, dentre outras. Nagel desenvolve uma crítica às perspectivas fisicalistas buscando mostrar que elas, ao oferecer hipóteses explicativas dos estados mentais, não abarcam os aspectos subjetivos, característicos das propriedades mentais, irredutíveis ao físico. A subjetividade não pode ser reduzida à linguagem descritiva objetiva de uma abordagem fisicalista. Atualmente, nas discussões em filosofia da mente, os elementos subjetivos associados às sensações e outros estados mentais são denominados pelo termo qualia. Procuramos apresentar um diálogo entre pensadores críticos e adeptos da existência dos qualia. Visamos elaborar um debate referente à natureza dos qualia e sua relação com os sistemas biológicos.

Palavras-chave: Filosofia da Mente; Thomas Nagel; Qualia; Fisicalismo.

IAN ALAKUNLE DO PRADO PURVES (USP) 

Orientação: Pedro Paulo Garrido Pimenta

E-mail: 10765962@usp.br

A HISTORICIDADE VITAL DO SABER POSITIVO EM GEORGES CANGUILHEM

O presente trabalho visa investigar, no pensamento de Georges Canguilhem, a relação entre o estatuto histórico do saber positivo e a produção destes como acontecimentos históricos e discursivos. Para tal fim, dispomos uma reconstituição de seu modo de conceber a normatividade vital, que opera uma topologia do fenômeno da vida, bem como nos dá a ver o tipo de articulação empreendida pelo filósofo entre os saberes da fisiologia, da patologia e da biologia, junto de uma reflexão filosófica de cunho epistemológico. O percurso visa também expor a estratégia de Canguilhem para conceber uma ciência positiva que ao mesmo tempo permite um afastamento e uma crítica do positivismo, corrente filosófica dominante na produção científica da primeira metade do século XX, época inicial de seu trabalho reflexivo.

Palavras-chave: Normatividade vital ; Epistemologia histórica ; Canguilhem.

LUANA DE AZEVEDO MACEDO DANTAS (UFRN) 

Orientação: Cinara Maria Leite Nahra

E-mail: luanadeazevedo13@gmail.com

COLAPSO MORAL: A FORMAÇÃO DE CONDUTAS DE RISCO NO USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL DESALINHADA

Com os avanços tecnológicos na área da inteligência artificial (AI), o ser humano chega a um evoluído estágio das suas descobertas, entretanto essa conquista acompanha consequências nem sempre positivas, fazendo com que muitos pesquisadores, como o filósofo Nick Bostrom, enxerguem a AI enquanto um dos possíveis riscos existenciais do século XXI. Defende-se, neste trabalho, que essa tecnologia só configura-se como um risco existencial, quando seu uso está desalinhado de valores eticamente fundamentados. Dessa forma, na presente pesquisa, busca-se abordar o fenômeno que dá origem à inteligência artificial desalinhada: o colapso moral.  Tal concepção é entendida, aqui, como o processo de destruição da civilização e a volta ao Estado de natureza descrito por Hobbes, no qual, por meio do egoísmo generalizado e do individualismo extremo, prevalece a guerra de todos contra todos.

Palavras-chave: Riscos existenciais; Inteligência artificial; Colapso moral.

RENAN DIAS OLIVEIRA (USP) 

Orientação: Osvaldo Frota Pessoa Jr.

Financiamento: CNPq

E-mail: renandoliveira@yahoo.com.br

AS IMPLICAÇÕES FILOSÓFICAS E CULTURAIS DA FÍSICA QUÂNTICA

A física quântica tem mexido profundamente com os alicerces da Física, da ciência em geral, da cultura e da Filosofia desde o primeiro quartel do século XX. Destarte as inúmeras aplicações tecnológicas da teoria quântica, as controvérsias em torno de seus fundamentos permanecem vivas. Hoje é possível compreender melhor essa área da Física justamente em decorrência dessas controvérsias, e também das diversas pesquisas científicas que ela alimentou ao longo das últimas décadas. Este trabalho investigou a controvérsia científica em torno do “teorema de Bell” em relação ao princípio de “não localidade”, e o relacionou a suas implicações filosóficas, sociais e culturais, que são também, em uma via de mão dupla, seus condicionantes. Procuramos analisar em que medida o teorema de Bell permite explicações que sustentam o fenômeno social misticismo quântico, bem como os físicos aí envolvidos.

Palavras-chave: Teoria quântica; Teorema de Bell; Controvérsia; Não localidade; Misticismo quântico não localidade.

MESA 10 –  Estética Alemã (10:00 - 12:00)

Coordenador: Robson Carvalho dos Santos

ICARO GONÇALEZ FERREIRA (USP) 

Orientação: Marco Aurélio Werle

E-mail: icaro.fgoncalez@gmail.com

A GRANDE CONFISSÃO DE GOETHE: ENTRE POESIA DO CORAÇÃO E PROSA DO MUNDO


Almejamos fornecer uma interpretação para a imagem confessional da poesia de Goethe [1749-1832], elaborada em sua autobiografia De minha vida: Poesia e verdade [1811-1833]. Nessa passagem, o poeta alemão descreve pela primeira vez na obra seu procedimento poético, de tal modo que suas criações literárias aparecem como “fragmentos de uma grande confissão”. Nossa aposta é que a forma confessional assumida pelo procedimento poético de Goethe emerge como um acordo factível em condições adversas, o que verificaremos através da reconstituição do lugar de sua emergência no interior do processo formativo narrado em Poesia e Verdade. A pertinência dessa sugestão, por fim, revela-se em sua capacidade de jogar luz sobre as relações tensionadas que essa imagem confessional guarda com o panorama mais amplo da compreensão goethiana dos fenômenos artísticos.


Palavras-chave: Estética; Poesia; Subjetividade.

LAURA GALVÃO (UFSCar)

Orientação: Luís Fernandes dos Santos Nascimento

E-mail: laura.galv17@gmail.com

HISTÓRIA OU NARRATIVA DE LAOCOONTE: DISTINÇÕES E APROXIMAÇÕES POSSÍVEIS ENTRE O ARBITRÁRIO, O NATURAL E O FACTUAL NO EXERCÍCIO CRÍTICO DE LESSING. 

Gottold Ephraim Lessing com seu livro "Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da poesia", ao comentar tais fronteiras, toma como exemplo um objeto artístico: Laocoonte e seus filhos representa uma inquietação histórica. Seja do ponto de vista da poesia, em que vários poetas ressignificam a narrativa do sacerdote troiano, ou da escultura que gerou discussões em torno de sua origem e também da própria expressão de dor facial. Trataremos aqui das considerações de Lessing em relação à expressão do sacerdote na poesia e na escultura e, desse modo, compreender a distinção entre história, onde há o comprometimento com a verdade, e narrativa em que a coerência interna e as emoções serão os fatores mais importantes da obra, segundo Lessing. Desse modo, queremos mostrar como o autor, através de suas observações, contribui para a corrente filosófica que busca investigar o objeto artístico. 

Palavras-chave: Narrativa; história; figuração; poesia.

LEONARDO RODRIGUES SILVÉRIO (USP) 

Orientação: Ricardo Nascimento Fabbrini

E-mail: lsilverio@usp.br

MITO E CULPA NA LEITURA DE WALTER BENJAMIN SOBRE "AS AFINIDADES ELETIVAS"


O presente estudo tem como objetivo, apresentar o romance de J.W. Goethe, “As afinidades eletivas” (1809), através da explicação dos conceitos de “mito” e “culpa” presentes, principalmente, no ensaio de Walter Benjamin, “As afinidades eletivas de Goethe” (1924-5). No segundo momento, farei a exposição dos conceitos de “destino” e “direito”, também presentes no ensaio de Benjamin, para complementar a passagem da esfera do comentário para a esfera crítica realizada pelo autor. No terceiro momento, como conclusão, demonstrarei como a dimensão crítica do ensaio indica uma reflexão sobre a época do autor no período do entreguerras e também nos oferece recursos suficientes para que possamos refletir criticamente sobre nossa contemporaneidade por meio dos conceitos de “mito”, “culpa”, “destino” e “direito” que se encontram no plano de fundo da filosofia da história de Walter Benjamin.

Palavras-chave: Mito e culpa; Destino e direito; Progresso

RENATO COSTA LEANDRO (UNIFESP) 

Orientação: Arlenice Almeida da Silva

E-mail: renatocleandro@outlook.com

SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE NO WILHELM MEISTER DE GOETHE


Sabe-se que “Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister” [Wilhelm Meisters Lehrjahre] representa um paradigma na literatura moderna ocidental, principalmente por ser o representante definitivo daquilo que conhecemos por romance de formação [Bildungsroman], porém tal constatação não contempla a complexa e vasta significação filosófica da obra. Partindo desse diagnóstico e à luz de outros textos de Goethe, bem como de uma circunscrita fortuna crítica, analisaremos alguns dos movimentos reflexivos e narrativos empreendidos por Goethe na história de Meister, sobretudo as relações entre subjetividade e objetividade, assim como as discussões sobre destino e acaso, a fim de oferecer ao debate filosófico mais uma possível chave interpretativa deste romance tido por muitos como enigmático e, nas palavras de Schiller, “incompreensível como a natureza”.

Palavras-chave: Goethe; Meister; Subjetividade; Objetividade; Bildung

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